Pressionado pelo Sindicato dos Servidores Municipais, o Executivo reabriu diálogo em torno do reajuste salarial da categoria. Isso depois que o sindicato organizou manifestação em frente ao prédio da Prefeitura, que reuniu parte do funcionalismo. O prefeito Luiz Tadeu Leite, que estava em Belo Horizonte no momento da concentração, enviou correspondência - lida pelos representantes dos trabalhadores -, em que reafirma a disposição para negociar e promete estudar a concessão de reajustes.
A resposta do prefeito foi de manutenção do diálogo, “para fazer o possível para corrigir as distorções, seja na questão salarial, seja na implantação de um plano de cargos e salários com a efetiva participação dos servidores, representados pelo sindicato”. Mas foi omissa em relação às pendências com o magistério, e outros grupos de servidores. Entretanto, a reação do Executivo em relação ao clamor do funcionalismo, vinda depois da atuação da entidade, demonstra a importância da categoria no âmbito da administração pública municipal.
A retomada das negociações ocorreu depois que o a entidade distribuiu panfleto chamando o servidor a participar. Na quinta-feira, 24, o prefeito ligou para o sindicato para retomar o diálogo. No dia seguinte, o sindicato se reuniu com ele, quando foi proposto que, ao invés da manifestação, fosse feita uma assembléia, mas não se poderia mudar o encaminhamento da categoria.
No documento, o prefeito alega restrições que a lei eleitoral impõe para a concessão de aumentos salariais, alerta que o próprio sindicato já tinha feito a ele, quando pediu agilidade por parte da Prefeitura nas negociações. Mas, se compromete a estudar reajustes dentro dos limites legais, depois de reunião com sua equipe. O consultor do sindicato, Valmore de Souza, lembra, entretanto, que a justificativa não impede o pagamento do Fundeb e outros benefícios retirados dos profissionais da Educação.
Durante o ato, os funcionários demonstraram temor em relação à privatização do serviço de limpeza, outra causa que a representação do servidor abraçou, para tentar paralisar o processo de terceirização. Outra preocupação manifestada é quanto ao não cumprimento integral da data base de 2009 e ao descumprimento, até então, da data base de 2010.
Depois, os servidores se deslocaram à Sala Geraldo Freire, anexa ao prédio da Prefeitura, onde iniciaram a discussão de uma contraproposta ao Executivo. Valmore de Souza considera que houve avanço, mas conclamou o funcionalismo a permanecer unido para ampliar as conquistas. “Trabalhador que não se rebela é conivente e cúmplice das situações de injustiça”, sentenciou.
Segundo ele, o repasse apenas da inflação, como propõe o Executivo, não atende ao servidor. “O prefeito pode, e deve, fazer uma revisão salarial, somando a inflação de 2009 e a deste ano para corrigir os salários dos funcionários”, disse, depois de ter feito um estudo a fundo da legislação. Ele lembrou, ainda, que o não pagamento do piso nacional do magistério, de R$ 1.312, não se justifica, haja vista que nos casos em que o Município demonstra incapacidade financeira, o governo federal faz o complemento.
A categoria apresentará a contraproposta ao prefeito em tempo hábil, para discutir e aprovar antes de segunda-feira, 5 de julho, quando, às 17h30 fará assembléia na Sala Geraldo Freire.