quinta-feira, 24 de junho de 2010

Manifesto ao Servidor

MANIFESTO ABERTO AO SERVIDOR PÚBLICO

- PELA NOSSA VALORIZAÇÃO COMO SERVIDOR MUNICIPAL!

- PELA MELHORIA DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS!...

- PARA NÃO TER QUE PRIVATIZÁ-LOS!

Estamos diante daquele limite do tempo e do respeito. A situação não nos permite esperar mais, e nem que outros resolvam por nós o que só nós podemos fazer. É questão de atitude...

Com os motivos abaixo, convidamos os servidores à Prefeitura para, juntos, reivindicarmos do Prefeito o que administrativamente não tivemos êxito com ele este ano.

- Até este momento o Prefeito ainda não cumpriu o acordo de trabalho de 2009 e a data- base;

- Enquanto o empreguismo, praticado neste um ano e meio de administração, continua. Mesmo ele sendo, também, o responsável pela nossa desvalorização como profissionais, e pela má qualidade dos serviços prestados à população;

- Está superlotada a Prefeitura, com pessoas em empregos fantasmas.

O que é um atentado à legalidade, à moralidade e à impessoalidade da administração pública,

porque contratar mais de 11 mil pessoas é desvio de dinheiro da comunidade montes-clarense para a

folha de salários...;

- Está diminuindo os salários dos servidores, até com retiradas indevidas, como no caso dos profissionais da educação, e foram suspensos outros direitos, enquanto se paga gente estranha ao serviço público. É uma desmoralização consentida;

- Está se formando “representantes” de grupos de servidores, que, ingenuamente, aceitam serem usados, para desunir o funcionalismo e manter o caos administrativo na cidade; e

- A campanha eleitoral oficial, que se avizinha, poderá ser conturbada, se não forem resolvidas estas questões.

Considerando tudo isso, no próximo dia 29 de junho, à partir das 7 horas, nos concentraremos na Prefeitura para o Prefeito dar à nós, e à população, uma resposta.

Até lá Colega!

Você verá que os bons companheiros continuam de mãos dadas!

A direção jun/10

SINDICATO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE MONTES CLAROS

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Encontro no dia 29

O Sindicato dos Servidores Municipais promove no próximo dia 29, a partir das 7 horas, em frente à Prefeitura, encontro com o funcionalismo para cobrar do prefeito Luiz Tadeu Leite posição acerca de várias questões que atingem diretamente os servidores municipais e, em consequência, a cidade, visto que estão relacionadas com a precarização dos serviços públicos prestados à população. A entidade convida todos os servidores para se reunir no local e cobrar uma resposta do prefeito.
“Estamos diante daquele limite do tempo e do respeito. A situação não nos permite esperar mais, e nem que outros resolvam por nós o que só nós podemos fazer. Assim, convidamos os colegas servidores para, juntos, reivindicarmos do prefeito o que administrativamente já fizemos, sem êxito”, justificou o coordenador da Comissão Executiva do sindicato, Waldemar Saterno Miranda Filho. Para ele, é uma forma de o trabalhador municipal mostrar atitude e lutar por sua valorização como servidor municipal e pela melhoria da qualidade nos serviços públicos. Filho lembra que até o momento o prefeito ainda não cumpriu o acordo de trabalho de 2009 e a data-base.
Em contrapartida, adotou o empreguismo, prática, segundo a entidade, responsável pela desvalorização do servidor. “A Prefeitura esta superlotada de pessoas em empregos fantasmas. O que é um atentado à legalidade, à moralidade e à impessoalidade da administração pública, porque mais de 11 mil pessoas é desvio de dinheiro da comunidade montes-clarense para a folha de salários”, denunciou Waldemar Filho.
Com isso, avalia, estão sendo reduzidos os salários dos servidores. “Até com retiradas indevidas, como no caso dos profissionais da educação”, revelou, acrescentando que foram suspensos outros direitos, enquanto se paga gente estranha ao serviço público. “É uma desmoralização consentida”, desabafou.
De acordo com o coordenador, estão se formando “representantes” de grupos de servidores, que ingenuamente aceitam serem usados para desunir o funcionalismo e manter o caos administrativo na cidade.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Servidor é fiscal da moralidade

O Sindicato dos Servidores Municipais tem realizado constantes reuniões para discutir e deliberar sobre o atual momento vivido pelo funcionalismo. No último encontro, realizado na sede do sindicato, foi criticada a posição do Executivo de inchar a folha de pagamentos e precarizar as condições de trabalho, em detrimento dos servidores de carreira.
Durante a reunião, membros da entidade enfatizaram a necessidade de os servidores se conscientizarem do seu papel dentro da representação sindical, no sentido de reforçar a luta pela qualidade no serviço prestado à população e pela dignidade dos trabalhadores da Prefeitura. Foi reiterado que o sindicato é o legítimo representante da categoria. Assim, críticas vazias, de quem não participa da vida da entidade, e nem comparece às reuniões, em nada ajudam, servindo apenas para atrapalhar o trabalho que está sendo realizado.
A falta de compromisso por parte de pessoas que criticam sem conhecer o que está sendo feito, por mera falta de interesse, foi assunto recorrente nas discussões. Graças à intervenção do sindicato, por exemplo, os servidores tiveram garantido o auxílio-transporte em dinheiro, que o Executivo queria abolir, substituindo-o pelo “cartão vale-transporte”. Outra ação impediu a privatização do serviço de limpeza pública, ao lembrar que a medida não podia ser tomada sem a autorização da Câmara Municipal. A entidade evitou, ainda, a terceirização da vigilância na Esurb.
O consultor do sindicato, Valmore de Souza, lembrou que a Constituição prevê que o servidor é responsável pela fiscalização da moralidade no serviço público, o que é reforçado pelo Estatuto do Servidor e pelo seu Código de Ética. “O servidor tem que se imbuir do seu papel. Ele é um cidadão especial e não pode se submeter às perseguições”, alertou.

sábado, 5 de junho de 2010

PRIVATIZAR OU ADMINISTRAR O LIXO?

1ª parte

Valmore A de Souza(*)

Tal como a falta de água potável, do ar e de fontes de energias limpas e renováveis, o lixo nos grandes centros urbanos de alguns países já foi um dos maiores problemas sanitário, social e econômico, que mobilizou as consciências mais lúcidas do mundo. Hoje é uma solução como fonte de renda e de energias térmica e elétrica para a matriz energética limpa de um mundo sadio.
No caso do Brasil, é ele (o lixo) o maior desafio, e não os outros elementos, tendo em vista que 40% dos chamados resíduos sólidos coletados nos municípios não têm destinação adequada. E as consequências são seríssimas, porque eles também são fontes geradoras de contaminação ambiental e de gases de efeito estufa, e, no imediato, de problemas de saúde para nós.
Sendo um problema com tamanhas repercussões sobre o nosso mundo biológico, social e físico, o desafio de encontrar soluções não deve se restringir aos especialistas, aos profissionais da política ou a um prefeito municipal, como vem sendo tratado na cidade de Montes Claros nos últimos 25 anos.
O serviço público da Limpeza sempre foi conduzido de forma tradicional, à revelia da coletividade, em que os prefeitos improvisara, paliaram e tentaram transferi-lo para o setor privado, passando assim adiante a responsabilidade pela solução. E foi este fato, de excluírem a participação da comunidade e subestimarem o conhecimento acumulado nela acerca da questão do lixo, o responsável por não conseguirem fazer mais do que o trivial na limpeza urbana.
A varrição é insuficiente, a destinação dos resíduos é inadequada e não há tratamento nem aproveitamento racional do lixo. Embora a Prefeitura conte com expressiva estrutura instalada na área, com frota de veículos, equipamentos e centenas de servidores e funcionários para executarem a varrição. Some-se a isso a terceirização da coleta e da destinação do lixo para a Esurb, Empresa Pública controlada pela própria Prefeitura. Mas esta estrutura está parcialmente sucatiada por problema de gestão.

E a prova disso é que caiu como um raio em céu azul, neste fim de 2009, a posição na imprensa do Prefeito Luiz Tadeu Leite, segundo a qual o objetivo da privatização da limpeza pública é a economia de recursos (R$ 300 mil mensais) e a qualidade do serviço, afirmando que “O mais importante é que, na iniciativa privada além de ficar mais fácil a fiscalização, o serviço ganha mais eficiência”.
Afirmação que ele cuidou de fazer somente depois de ter promovido a concorrência, tão sem alarde que nem os vereadores souberam que já tem até empresa vencedora, para cuidar do lixo, cujo contrato por 5 anos com a Prefeitura é de R$ 126 milhões. Tudo isso é discutível, porque há objeções legais, sociais e morais a essa proposta de terceirização da atividade-fim da Prefeitura.

Contudo, caso venha a ser homologado esse contrato de cifra astronômica, Montes Claros abdica da solução dos resíduos sólidos, para sustentar um luxo privado. Alienará a experiência, particularmente com as tecnologias, desenvolvida durante o curso histórico da relação dos trabalhadores com o tratamento do lixo. E perderemos a oportunidade aproveitada por outros municípios do mesmo porte, até por países com menos condições do que o nosso, onde o lixo é tratado de forma racional, e não é mais problema, porque, de forma democrática, incorporaram na cultura a coleta seletiva, a coleta mecânica e a coleta energética, que ocupam a mão de obra de catadores, recicladores, técnicos em usinas térmicas e elétricas e gestores públicos. Por que privatizar o lixo, se podemos administrar essa solução para geração de renda, de energia limpa e de inteligência ecológica?

(*} É sociólogo e Sanitarista